EU COMI MANGOSTÃO, A RAINHA VICTÓRIA NÃO!
Há pelo menos vinte
anos que li uma matéria curiosa sobre o Mangostão, fruta originária da Ásia e desejada
enormemente pela rainha Victoria, que morreu sem experimentar seu delicioso
sabor. A Rainha, muito poderosa e que tinha tudo aos seus pés no seu imperioso
reino, ordenava aos súditos que fossem em busca da tão sonhada fruta, porém,
apesar de utilizarem todos os recursos
da época, ninguém conseguiu satisfazer
seu desejo. A fruta perecia
durante a longa viagem, já que naquele tempo não haviam inventado ainda os
refrigeradores.
Quando li isso fiquei imaginando como seria tal fruta, o que havia de tão especial para que uma rainha que teve tudo, a desejasse tanto. Sim, porque essa rainha, que reinou desde os dezoito anos de idade e viveu uma história de amor, um verdadeiro “Conto de fadas” com seu querido Alberto, teve tantos filhos quanto desejou, 9! (sem nunca ter que lavar fraldas nem bumbum de bebê). E teve um dos mais opulentos reinados, marco de uma era, a Era Vitoriana. Ostentou uma coroa feita sob medida contendo 2.800 diamantes e um cetro com uma cruz que trazia o maior diamante lapidado do mundo, o grande "Estrela da África". Foi dona de uma renda de 385.000 libras por ano e todas as propriedades reais dos Lancaster e Cornualha. Ainda assim gastou parte dos seus 63 anos de reinado, na infrutífera busca pelo mangostão!
Quando li isso fiquei imaginando como seria tal fruta, o que havia de tão especial para que uma rainha que teve tudo, a desejasse tanto. Sim, porque essa rainha, que reinou desde os dezoito anos de idade e viveu uma história de amor, um verdadeiro “Conto de fadas” com seu querido Alberto, teve tantos filhos quanto desejou, 9! (sem nunca ter que lavar fraldas nem bumbum de bebê). E teve um dos mais opulentos reinados, marco de uma era, a Era Vitoriana. Ostentou uma coroa feita sob medida contendo 2.800 diamantes e um cetro com uma cruz que trazia o maior diamante lapidado do mundo, o grande "Estrela da África". Foi dona de uma renda de 385.000 libras por ano e todas as propriedades reais dos Lancaster e Cornualha. Ainda assim gastou parte dos seus 63 anos de reinado, na infrutífera busca pelo mangostão!
O que fazia com que essa fruta fosse tão especial para receber a
alcunha de “Rainha das frutas” , “Manjar dos deuses” e ser tão desejada pela “Avó da Europa”?
Por mais de vinte anos meu marido e eu cultivamos uma brincadeira ao
falar de algo muito delicioso, costumamos dizer que tem gosto de mangostão, mesmo sem conhecer
tal sabor. Pois bem, estava eu, minha enteada e seu amigo grego andando
numa tarde de pouco sol pelas ruas da cidade chinesa, no centro de Londres,
quando me deparo com uma plaquinha, numa banca de frutas, onde estava escrito mangostan
.
Não acreditei! Então finalmente eu iria conhecer o
mangostão! Interrompi conversa e
caminhada, peguei a bandejinha com as frutas e, aproveitando que estava em
terras da rainha, contei para Lorena a historia do desejo real irrealizado e da
minha brincadeira com seu pai. Compramos uma bandejinha com seis frutos: Eram
do tamanho de ameixa, coloração mais clara, rajados amarelados e casca grossa, com fruto branco, polpa mole, suculenta, de uma acidez suave e sabor maravilhoso!
Dividimos, dois para cada um. E ali, ironicamente,
na terra da rainha que morreu sem conhecer o mangostão, eu comi, não apenas
um, mas dois! Dois mangostões inteiros! Então de olhos fechados, impregnada de
tanta realeza, feliz da vida depois de tão agradável e instrutivo passeio, dediquei
minha boa energia produzida com a degustação da lendária fruta, àquela que soube
reinar e amar como poucos. Foi ela que inaugurou a primeira linha de metrô do
mundo, embora tenha sido exatamente a distância que a impediu de experimentar a
exótica delicadeza do mangostão!
(crônica publicada na Antologia NÓS SOMOS BRASILEIROS, foto abaixo)
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