Tocantínia fica bem ali, encostada na serra do Lajeado.
Cidadezinha pequena com habitantes de boa prosa, um riozinho e um riozão banhando suas histórias. Casinhas de sapé ainda existem por lá, assim como índio Xerente, gente da gente.
Um certo dia, o sol amanheceu brilhando mais forte. Os moradores, distraídos, transformavam suas vidas em poesia.
De repente começou um som de chuva e todos estranharam, pois não era época de chover. O barulho continuou em direção ao rio grande, enquanto gotas de água respingavam por toda parte. O rio, chamado Tocantins, imenso e largo a perder de vista, estava logo ali, banhando a cidade inteira. Foi para lá que as pessoas se dirigiram, apressadamente, atraídas pelo barulho ensurdecedor e pelos pingos que não paravam de cair.
Ao chegarem à margem, mal puderam acreditar no que seus olhos viram: uma cobra imensa, gigante, a maior que alguém já conseguiu imaginar! Ela estava atravessada naquele rio e seu corpo descomunal fazia uma barragem, que escoava depois, criando uma enorme cachoeira. Essa grande cachoeira aspergia por toda cidade, causando o barulho que fizera aquela gente mover-se até ali.
Puderam ver, então, a Buiúna, se entediar com os olhares curiosos e partir, esticando seu corpo, mostrando metade do seu verdadeiro tamanho: cem vezes maior que uma sucuri! Tão imponente, como o rio, que abria seu leito caudaloso para que ela se agasalhasse ao passar, tão volumosa como a imensidão das águas tocantinenses!
Todos que estiveram lá naquele dia, garantem não terem conseguido saber ao certo o comprimento verdadeiro do monstro: quando sua cabeça desapareceu no horizonte, sua barriga ainda estava na curva do rio. Esperaram até tarde da noite e, como o corpo da cobra não acabou de passar, não puderam ver o rabo. Cansados de esperar foram dormir, sem poderem avaliar o real tamanho da Buiúna.
No dia seguinte, acordaram pensando que tudo não tivesse passado de um sonho, devido
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